16 January 2010

Cap.2010 - A primeira primavera depois do caos

Savannah abriu os olhos, apesar da luz que a cegava. Em um primeiro momento, figuras disformes no contrate da luz e da sombra. Depois, seus olhos foram se acostumando. E aos poucos, momento após momento, ela tentou quase acreditar que era realidade. E depois não se preocupou com o que diriam. Verdade ou não. Ela via. E fazia muito tempo que ela tinha visto ago assim.


E ela se sentou, pegou um leque e disse: A felicidade do campo semeado e germinado é única. Com o vento do leque que tinha, Savannah movimentou seu próprio cabelo e ouviu:
- Tudo o que te es dado es o que fez por merecer, senhora. E tenha crença nisso. Porque só na fé, a vida do campo e todos quantos sejam os campos que desejares semear estará.

E Savannah se encostou, olhou o campo e soube: é meu.

12 November 2009

Savannah e o frio


Savannah escorou-se na parede e lentamente desceu até poder abraçar as pernas com seus braços. E assim ficou um bom tempo, com medo. Muito medo do frio. Passou boa parte daqueles dias apenas contemplando o vazio, olhando o além, se abraçando e se protegendo do frio. Frio esse que nunca chegou. Seu medo de que o frio fizesse parar seu coração, congelar seu sangue, petrificar sua espinha nunca se concretizou. Mas ela já não sabia então como parar de sentir aquele medo do frio. E mais ainda. Savannah não sabia como parar de sentir o frio que ela não sentia. Que ela nunca sentiria novamente.


Mas sentada ali, durante épocas e épocas, ela simplesmente se esqueceu de que vivia, que era quente e de que pulsava. Esqueceu-se das cores que emanava, dos sons que vibrava e de que toda a emoção vinha dela.

Savannah se prendeu. E assim se manteve. Não tinha coragem de olhar para si e visualizar caminho aberto a sua frente, esperando intocado.

Por medo do frio ela apenas ficou sentada, se abraçando, encostada na parede, deixando os outros olharem para ela com seus olhos frios de descaso. Até o fim daquela primavera dolorida e gelada, quando ela conseguiu, em muito tempo, mover seus olhos para o alto e ver o sol. E o frio começou a se dissipar. O frio que ela nunca havia sentido.

10 November 2009

Meu afeganistão cotidiano (Ou, essa burca também é minha)

Eliane Castanhede matando na unha novamente e Marta Suplicy acertando em cheio, como nos velhos tempos..

O crime de ser mulher - Eliane Castanhede - elianec@uol.com.br

BRASÍLIA - Noutro dia, uma mulher de mais de 60 anos foi amordaçada, torturada e violentada por um criminoso que entrou na sua casa, em Brasília, fazendo-se passar por bombeiro eletricista.

É dramático, mas comum. Pior foi a entrevista da delegada (delegadaaa!) a uma rádio, em que ela nem sequer fez referência ao crime e ao criminoso, centrando suas suspeitas (ou seriam certezas?) sobre a própria vítima: se nunca tinha visto o homem, como entabulou conversa com ele? Se morava sozinha, como deixou o estranho entrar? E sentenciou: "Há muita coisa estranha nessa história".
Nada disse sobre o estupro, a violência, a covardia, as escoriações, as muitas horas que a mulher havia ficado ferida, amarrada e amordaçada. No inconsciente da delegada, a vítima era a ré.Afinal, uma mulher madura, sozinha, sabe-se lá!
É o que ocorre na Uniban, quando vândalos recalcados promovem uma rebelião, perseguem, ameaçam e humilham uma colega indefesa, porque... Por que mesmo? Ah, sim! Era insinuante. E ela é que acaba expulsa pelo conselho universitário, até o reitor agir. A vítima virou ré. Afinal, uma mulher jovem, bonita, de saia curta...
São dois casos bastante simbólicos. No de Brasília, não foi um policial bruto e machista que inverteu as condições de vítima e réu: foi uma delegada mulher. No da Uniban, quem embolou os personagens foi o conselho de uma entidade acadêmica, que foi criada e é regiamente paga para cuidar da educação (e da segurança) dos filhos alheios.
Se a delegada e a cúpula da escola são os primeiros e mais insensíveis algozes, para onde correr? A quem recorrer? O "mal" e o "bem" se embaralham cruelmente, e a vítima passa a ser cada vez mais vítima -na condição de ré.
PS - Por falar nisso, no Estado de Maluf e na capital de Pitta, quem é condenada e paga a conta é Luiza Erundina. É de rir ou de chorar?

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Universidade Taleban - Marta Suplicy

HÁ COISAS que assustam pelo seu inusitado ou inesperado.
Outras assustam porque, além de surpreendentes, são indicadoras de situações preocupantes. O caso da aluna Geisy, da Uniban, faz parte dessa segunda leva. Um vestido curto, um salto alto e um andar rebolado quase provocam o linchamento de uma estudante. Dias depois, a vítima é transformada em ré e quase acaba expulsa da universidade.
Uma moça põe um vestido ousado, talvez não exatamente próprio para quem vai assistir a uma aula. Teria uma festa depois? Não vem ao caso. A situação que merece análise é: Por que um vestido curto e um possível caminhar provocante suscitam a reação brutal sofrida pela moça? Outra indagação é: Por que uma universidade, que deveria ser um lugar de ensino, penaliza a jovem e vai na contramão do século que pretende instruir?
Vamos começar pelo que é "próprio" para ir à aula. É possível hoje dizer o que é moda? Ou o que é adequado para ir a este ou àquele lugar? Dá para restringir o que hoje se entende por expressão e extensão da personalidade da pessoa? Claro que não se espera que alguém vá de traje de banho... mas um vestido?
Não. Não foi a impropriedade da roupa, mas o desejo, o medo e a raiva que a roupa despertou -igualmente, mas por motivos diferentes- em homens e mulheres. A inveja e o reprimido provocaram a mesma reação.
O caso da universidade Taleban é complexo, na medida em que junta machismo máximo com burrice aguda. A decisão pela expulsão, mesmo que revogada, explica com extrema clareza a situação que nós mulheres ainda vivemos.
Uma simples pergunta evidencia o machismo: Seria essa a reação da universidade se se tratasse de um rapaz se vestindo de maneira "inadequada", com coxas à mostra ou dorso nu?
A burrice é que, se a universidade já havia pecado com o desleixo com a segurança da estudante, a primeira reação a tornou símbolo do atraso. Também financeiramente é um desastre para a instituição -quem vai querer estudar em tal lugar? Sem falar que, se o juiz não for do mesmo ramo Taleban, propiciará reparação financeira maior à aluna. Agora, com a expulsão revogada, é preciso esperar os próximos passos.
A universidade, negando seu papel educador e a princípio expulsando a aluna, "completara o serviço" dos estudantes. A violenta indignação da sociedade civil e das organizações de defesa das mulheres -estas com algum atraso- mostrou como parcela importante da população já tem a percepção da gravidade do que ocorreu.
Ficou evidenciado, e isso é o que indignou tantas pessoas, o quanto esse tipo de preconceito ainda está entranhado na sociedade. A agressão à jovem, a atitude da universidade Taleban, foi tudo muito assustador.
Sobrou um pseudoconsolo: aqueles que dizem que mulheres, nos dias de hoje, não têm mais do que reclamar ficarão caladinhos alguns dias. Poucos dias, pois o tamanho da montanha a ser escalada, como pudemos todos verificar, é enorme.
Não avançamos no número de mulheres na política -aliás, estamos entre os piores na América Latina. Continua a enorme desigualdade de salários para o mesmo trabalho e... quem é mulher tem sempre uma história para contar sobre o que ocorre no cotidiano, seja entre quatro paredes, seja na rua. E não são boas histórias.
A desqualificação da estudante, feita primeiro pelos seus pares e depois pela universidade, evidencia por que as mulheres têm tanta dificuldade em trilhar o caminho do poder, seja ele político, seja empresarial. Não é à toa que, no ranking das cem "Melhores & Maiores" empresas brasileiras publicado pela revista "Exame", nenhuma mulher ocupa o cargo de presidente.
Universidades como essa e desrespeito à liberdade da mulher produzem resultados que excluem mais da metade da população -o gênero feminino- dos seus direitos plenos.
Nós acreditamos que, assim como este é o século do Brasil, também é o século no qual as mulheres adquirirão, de fato e na prática, direitos iguais. Enquanto shows de autoritarismo continuarem a acontecer sem indignação da sociedade, será difícil atingir ambas as metas.
A reação da universidade diante da avalanche de repreensões e possíveis sanções deixa claro que a indignação e a reação públicas ainda conseguem mudar rumos.


Marta Suplicy foi prefeita da cidade de São Paulo pelo PT (2001-2004) e ministra do Turismo (2007-2008).

Uma simples pergunta evidencia o machismo:
a reação seria a mesma se
se tratasse de um rapaz
usando roupa "inadequada"?

Fonte: UOL

05 November 2009

Infernoton!

Finalmente consegui arrumar paciência para escrever no bloguinho. Na verdade nem sei se este seria um post para o NegraLuna ou para o Respira no Saquinho. Talvez seja post misto e por isso devo publicá-lo nos dois. O assunto hoje é: inferno astral e os nossos infernos cotidianos.

Estou no meu inferno astral (aquele período de 30 dias que antecede o seu aniversário) desde o dia 20/10. Até ai, matematicamente falando, tudo ok. Mas eu acho que a merda começou um pouquinho antes. Uns poucos dias antes. E de lá pra cá, a montanha russa não pára.

- Mudança de emprego: Essa é a única parte boa. Larguei o emprego passado, onde eu trabalhava demais, por horas e horas extras sem recebê-las, cercada de gente que não valorizava meu trabalho, sem perspectiva de crescimento e ganhando um salário de merda. Isso sem falar no adicional de insalubridade que eu merecia por ter de trabalhar com gente burra e incompetente. Dessa eu me livrei!

- Infecção urinária: Sim, até essa me aconteceu. Volta de férias na sexta. Na segunda fui visitar o pronto socorro praticamente chorando por causa da dor que essa tal causa. Bastante típico em quem volta de férias na praia, por toda a insalubridade do lugar.

- Vírus no computador: Sim. Mais uma novidade. Eu sempre tomo o maior cuidado com o meu PCzinho de casa. Essa foi a primeira vez em que peguei um vírus de computador que me fez pensar que tuuudo estaria perdido. Sorte que não estava.

- Ele não está tão a fim de você: Sim. Não sei dizer exatamente quem não está, até porque eu não estou tão de olho assim em ninguém específico, mas é aquela velha história. A carência aperta quando o tempo está mais frio.

- Grana presa na mão do governo: Na saída do trabalho, a pobrezinha da empresa que eu trabalhava disse que não poderia fazer um acordo comigo (tadinha, fatura só alguns milhares de reais por mês). Então meu FGTS vai ficar preso por três anos. Ou antes, se eu me casar.

- Insônia: Ah, minha grande companheira. Agora eu não só durmo tarde, como acordo cedo e ainda fico acordando tooooda hora durante a noite, apavorada. Ou seja, passo o dia exausta. Melhora um pouquinho a noite.

- Autoestima no ladrão: Como parei de correr devido a uma torção no pé, dei uma engordadinha de leve. Resultado? Juntou-se a isso o cansaço da insônia e bléum! Explodiu em sensação de estar feia, derrubada, etc.

Preciso respirar fundo e aguentar, que já já passa.... faltam poucos dias.

13 August 2009

Quando você encontra o amor da sua vida

Li esse texto na TPM de junho. E calou fundo. Acho que muita gente já se sentiu assim...


09.06.2009 | Texto por Milly Lacombe Ilustração Silvana Mello

Você nunca sabe o dia em que vai encontrar o amor da sua vida. Por isso, nenhum aviso, premonição ou intuição me preparou para aquela noite fria de maio. Como já faz tempo que isso aconteceu, posso falar agora, em detalhes, sobre o momento que antecede o encontro com o amor de sua vida. Sobre os segundos que separam sua existência até ali do resto dela. Trata-se, entendam, de um tempo muito peculiar, medido em frações de segundos. Trata-se de uma fenda temporal, mais exatamente. Mas, se você ficar atento, conseguirá, depois que tudo passar, lembrar de cada um dos detalhes, como eu faço agora.

Quando você se encontra com o amor da sua vida você está em um restaurante da cidade esperando, com amigos, por uma mesa. De dentro do salão lotado o amor da sua vida vem andando na sua direção, muito sofisticadamente, vestido em um elegante casaco de couro, botas de salto muito alto, o cabelo – escuro, longo e brilhante – solto. Você fica completamente imóvel, vendo o amor da sua vida vir na sua direção.

O restaurante não é grande, mas o amor da sua vida está do outro lado do salão lotado, ainda vindo na sua direção. As pessoas que estão no restaurante, estranhamente, não se movem mais. Nem falam. O único ser que se move naquele lugar é o amor da sua vida. O único som é o do salto do amor da sua vida batendo no piso frio do restaurante. Se você reparar bem, o amor da sua vida se movimenta em câmera lenta. Talvez para que você consiga melhor registrar todas aquelas cores, sons e sensações. Você, ao contrário do resto das pessoas, consegue se mover. Mas você não quer se mover. Você quer simplesmente assistir ao amor da sua vida vindo em sua direção, completamente alheio ao fenômeno físico que paralisou o mundo naquele instante.

Em casa, na cama.
O amor da sua vida finalmente cruza o salão e chega até você. Diz alguma coisa, mas você não consegue entender porque está completamente abduzida por aquele exagero de beleza. Você se esforça para sacar pelo menos uma frase e percebe com algum esforço que o amor da sua vida está dando oi. E você entende que já tinha visto o amor da sua vida antes, entende que o amor da sua vida é uma amiga de amigos seus. E que ele está dizendo coisas sobre como gosta de ler o que você escreve. Em pânico, você intui que tudo na sua vida está prestes a mudar definitivamente.

O amor da sua vida dá um beijo no seu rosto e se afasta, talvez achando que, dada sua catatonice, você seja uma pessoa intelectualmente desacelerada. O amor da sua vida retorna para o outro lado do restaurante. As pessoas voltam a falar e a se movimentar. Você agora está fora da fenda, mas para sempre alterada.

Você senta para jantar, mas, em estado de abdução, já não consegue prestar atenção em nada. Você pede uma massa, uma taça de vinho, ainda tentando entender o que está sentindo. Tudo fica ainda mais estranho quando, de saída, o amor da sua vida passa pela mesa que você está e dá adeus com as mãos. Você não quer que o amor da sua vida vá embora, mas não sabe o que fazer. Então percebe que o universo talvez esteja a fim de ajudar quando alguém que está na mesa diz conhecer o amor da sua vida e a convida para sentar. O amor da sua vida puxa uma cadeira e senta bem ao seu lado. E você passa o jantar tentando parecer minimamente inteligente para, assim, apagar aquela primeira impressão. Mas a tarefa é árdua porque você só consegue pensar em ir para casa com o amor da sua vida. E em deitar com ele na mesma cama, fazer amor, comprar o café da manhã, o almoço e o jantar. Só consegue pensar em convidar o amor da sua vida para morar com você. Em viajar com ele, em ir ao cinema com ele, em acordar ao lado dele todos os dias do ano. O amor da sua vida ainda está falando e você, mentalmente, começa a despi-lo. O amor da sua vida dá um gole no vinho que alguém colocou ali sem saber que, dentro da sua cabeça, ela já está sem roupa, deitada na sua cama, dizendo que a ama.

O jantar termina sem que você saiba que o amor da sua vida vai telefonar no dia seguinte. E que será apenas dali a duas noites que vocês dormirão juntas, fazendo, como em seus sonhos, amor a noite inteira. O jantar termina sem que você saiba que, dentro de alguns dias, estará morando com o amor da sua vida, com quem terá conseguido atingir o raríssimo ponto de ter, em doses intensamente iguais, sonhos e memórias. Sem que você se dê conta de que não demorará muito para apresentar o amor da sua vida para toda a família, nem que, juntas, começarão a frequentar a casa de sua mãe – que até pouco tempo não engolia sua orientação sexual – semanalmente para jantar. E que o amor da sua vida vai comer o macarrão alho e óleo da sua mãe, e repetir, dizendo que aquele é o melhor macarrão que já comeu na vida. E que sua mãe, depois de tomar algumas taças de vinho, vai ter um acesso de riso na mesa e, com ele, provocar um acesso de riso no amor da sua vida.

O jantar termina sem que você entenda que foi em uma noite fria de maio que o amor da sua vida entrou em você, vestida em um casaco de couro e botas de salto, para nunca mais sair.

*A carioca Milly Lacombe, 41 anos, é jornalista. Seu e-mail: milly@trip.com.br

03 June 2009

May 2009

Maio foi um mês prolífico. Eu me propus a fazer menos, coisas que eu fazia muito, e mais, coisas que tinha deixado de fazer.

Eu acho bom nos desafiarmos de quando em quando. Ficar sem beber, sem fumar, acordar mais cedo, não correr atrás, não esrtressar, caminhar e deixar o carro parado. Enfim, quebrar a rotina.

Por exemplo, fui no CCBB ver uma exposição. Nossa, milhares de anos que não ia lá ver uma exposição. Fui com a Aninha ver a Virada Russa e foi muito legal.

Comecei o mês em Sampa, na Virada Cultural, com Claire, Flavinha, Baruka, Zebú e outros amigos queridos. Andar a noite pelas ruas do centro de São Paulo foi uma experiencia maravilhosa, antológica e que vou repetir. Fora aquela multidão. Muito paulista, muito bom.

Também li um livro inteiro no feriado de 1 de maio. No embarque para Sampa eu comecei a ler "Uma estrada para a noite", que eu tinha ganhado do Pablitos no natal e que estava esperando para ser devorado. Bem, ele foi. Nacos por nacos, acabei o livro antes de estar de volta em Brasília na manhã de 4 de maio.

Outra proposta foi voltar ao cinema. Sempre amei cinema, a magia da sala escura e do telão. As legendas e pipocas. E era um hábito que eu havia simplesmente deixado de lado, assim, como um nuvem passageira vai e foi-se. Bem, me propus a retomar e lá fui eu. Aproveitei para ir sozinha, coisa que eu também gostava de fazer, normalmente nas maratonas cinéfilas na Academia de Tênis, das quais só eu participava, óbviamente.

Bem, comecei o mês vendo X-men origens: Wolverine. E terminei vendo "Anjos e Demônios". O primeiro valeu a pena, enquanto o segundo foi só perda de tempo e dinheiro. Tão fraco quanto "O Código da Vinci". E vi no pay-per-view "Ensaio sobre a cegueira", que foi muito bom.

Acabei o mês tentando acabar o volume dois do "Guia do Mochileiro das Galáxias", que na verdade se chama "O restaurante no fim do universo". Bem, tentei mas o mês acabou antes de eu acabar o livrinho. Tentei repetir o feito do começo de maio, quando embarquei lendo um e voltei sem ele, mas não foi possível.

Embarquei para o Rio no dia 30 de maio e comecei a ler o "Restaurante". Lí ele durante o final de semana, lí na volta, mas não consegui vencer.

Ah, sim, claro. Comecei o mês em Sampa e terminei no Rio. Fui encontrar meu pai, que estava passando uns dias lá. Depois de dois anos e uns 2 meses nos vimos de novo. Pouco tempo para matar todas as saudades, mas foi muito gostoso. Mesmo sendo no Rio. Fomos ao Jardim Botânico, ao Cristo e caminhamos no calçadão de Ipanema. Almoçamos feijoada e no Português, o restaurante favorito dele no Rio, eu acho. Foi perfect!

Agora viro a cabeça para olhar maio e fico feliz. Foi um mês muito massa, encantado como o maypole de Beltane. E volto meu olhar para junho, com feriadão ai e mais mochilas para serem arrumadas. Câmera na mão, idéias na cabeça e aqui vou eu!

30 April 2009

Uniões, solidão e Beltane...

Fonte: Corbis.com

Ah, Beltane! As fogueiras nos campos, as coroas de flores, uniões e paixões sendo celebradas. Tudo isso num dia lindo com céu estrelado e patati-patata.

E eu aqui enrolando porque não tive tempo de encontrar uma poesia de Beltane que escrevi tempos atrás. Anos atrás, devo dizer.

Eu comprei uma fita rosa para amarrar no may pole. Isso significa que para o próximo ano eu quero um amor amorzinho, um namoro, coisa assim, mais cor de rosa e menos vermelha (paixão). E por isso espero sinceramente que ano que vem eu tenha alguém para pular comigo a fogueira e celebrar o resto da noite, só eu e ele.

Mas por hoje eu vou celebrar minhas amizades com aqueles que estiverem ao meu lado lá, vou celebrar minhas novas amizades, meus novos amores, pular muita fogueira, dançar com a fitinha na mão, exibir minha maravilhosa coroa de flores e na hora de voltar para casa sozinha torcer para o que o Deus Azul do Amor me sequestre e me faça a Deusa dele esta noite.

Como um dia com foi Morgana, como um dia foi com tantas sacerdotizas, como um dia fui eu.
Que assim seja, que assim se faça!