14 September 2007

Savannah no novo mundo



Depois de muitos mundos andar, Savannah viu ao longe uma torre. Logo pensou em mudar o caminho. Mas Savannah seguiu. E, no meio do nada, o que encontrou foi algo bastante desesperador para ela.

- Malditos sejam os livros! Savannah esbravejou.

Ela, que nunca se preocupou em ler demais, achava os livros coisas burras:

- Nunca lí um livro que tivesse a verdade em suas linhas.

E no calor daqueles dias de sede, Savannah não deixava de ter razão. Lera os livros de boas maneiras, que ensinavam a não arrotar. Mas todas as pessoas que conhecia costumavam fazer tal coisa, após as refeições. Lera outros, que ensivam às mocinhas de família a se sentarem de pernas cruzadas e a nunca (nunca) darem muitas liberdades aos rapazes. Bulhufas adiantaram as letras para aquelas que abriram as pernas e casaram e às que mantiveram as coxas tão presas que até a morte nunca mais andaram (as pernas) soltas.

Descrente dos mapas que vira nos Atlas, dos remédios que descobrira nos alfarrábios de fármacos, Savannah também era descrente dos tais romances que várias liam. Quase que mandamentos encadernados para a infelicidade, que alguém alterara a capa visando apenas rir-se da desilusão dos outros.

E Savannah pensou: De que me valhe ler letras que não trazem a verdade se posso eu apreender vendo a humanidade caminhar em passos largos e olhos fechados em meio à realidade.

Aos pés da Biblioteca, Savannah parou seu transporte e ficou analisando aquelas pessoas que entravam no tal tempo do conhecimento. Um maroto sorriso tentava escapar pelo canto dos lábios brancos de secura.

1 comment:

Salve Jorge said...

Livros são de pouco valor no Shaar
Onde valer depende muito mais de aprender do que de ensinar...
Savannah é sábia em sua discrença
Assim como o é em buscar...