07 March 2006

Porque os feminismos ainda têm muito o que conquistar... Parte 2

Luta para se livrar do algoz - Adaptado do Correio Brasiliense

Pesquisa de organizações femininas mostra que denúncias de violência aumentaram 12,5% em 2005, no Distrito Federal. Maioria dos registros é contra os próprios companheiros ou namorados

O número de denúncias em 2005 foi 12,5% maior que as ocorrências de 2004 e 18% superior às de 2003. Nada menos que 4.561 mulheres registraram queixa na Delegacia de Atenção à Mulher (Deam) do Distrito Federal. Na prática, é como se a cada dia do ano passado 13 mulheres procurassem ajuda para se livrar de agressões, ameaças e maus-tratos. Na imensa maioria das vezes, contra os próprios maridos, namorados e companheiros.


“Nossa expectativa é de que nos próximos anos os números cresçam não porque aumente a violência mas pela maior informação das mulheres”, afirma Melissa Navarro, uma das autoras do estudo Violência contra as mulheres no Distrito Federal – Uma realidade a ser modificada, feito pelo Fórum das Mulheres do Distrito Federal e pela Associação Lésbica Feminista Coturno de Vênus.

A delegada-adjunta da Deam, Jane Barbosa Cardosi, alerta que o aumento do número de denúncias pode estar relacionado tanto ao crescimento da violência quanto ao maior estímulo dado às mulheres que precisam de ajuda. “Com certeza a mulher está mais corajosa. E é preciso que se denuncie cada vez mais, não só em função da mulher, mas de seus filhos também”, recomenda. Joelma Cesário, uma das autoras do documento que será entregue hoje ao governador Joaquim Roriz, acredita que há muito para avançar. “O número de denúncias ainda é infinitamente menor do que a realidade. Muitas vezes, falta informação e coragem, e a situação fica como está”, observa.

Uma das principais conclusões do estudo é a de que em pleno ano de 2005 a assombrosa quantidade de violações de direitos mostra que todos os tratados e acordos assinados pelo Brasil com o intuito de erradicar a violência do gênero não estão sendo cumpridos ou estão longe de serem respeitados. Em 2005, 2.482 mulheres procuraram a Deam para reclamar de ameaças que vinham sofrendo. O número equivale a 57% das ocorrências. Em segundo lugar na lista está a lesão corporal, com 34% das queixas, e em terceiro, a injúria, com 21%.

De acordo com o estudo, os crimes, em sua maioria, foram cometidos por pessoas com vínculos de parentesco. “São maridos, ex-maridos, namorados e ex-namorados, nos permitindo fazer uma séria reflexão sobre como é nítida ainda hoje a idéia machista de que na casa quem manda e desmanda é o homem, também intitulado de chefe de família, dando a idéia que quem merece respeito é somente ele, e que mulher e filhos estão eternamente subordinados”, destaca o texto.

Eu gosto sempre de destacar que "AMEAÇA TAMBÉM É CRIME!". É muito comum ouvirmos "Se eu sair de casa ele me mata", "ele disse que me bate se eu isso ou aquilo", "se eu denunciar ele rouba as crianças e depois me mata". Se ameçar, denuncie! Não é possível saber quando e como a ameaça pode ser concretizada.

4 comments:

Anonymous said...

É sempre importante lembrar que ainda temos muito que conquistar. Senão, corremos o risco de não seguirmos o caminho. Um abraço

Marjorie Chaves said...

Sininho,

Caramba! Fiquei um tempão pensando em postar alguma coisa sobre mulheres, até que ontem li esta mesma reportagem no Correio. Juro que quase, quase mesmo eu iria postá-la, mas acabei desistindo. Ainda bem que vc teve esta idéia!

Realmente, os feminismos ainda têm muito o que conquistar.

Bjo.
=]

Anonymous said...

Força, coragem e determinação a todas as mulheres para enfrentarem os percalços da vida.
Auto estima elevados e amor próprio são as principais armas para enfrentarmos os abusos.
Feliz Dia para todas nós!

Anonymous said...

corrigindo o link do meu blog no comentário acima, pra variar engoli um ponto ;)

www.villadalucia.blogger.com.br