31 October 2006

Samhain - Ano Novo!

FELIZ ANO NOVO A TODAS AS PESSOAS QUE ME SÃO QUERIDAS!
Mais uma roda que acaba... Uma nova roda que começa, cheia de esperança!



O Samhain (pronuncia-se "sou-en é o mais importante dos oito Sabbats dos Bruxos.

Samhain é o antigo Ano Novo celta, o início da estação da cidra, um rito solene e o festival dos mortos. É o momento em que os espíritos dos seres amados e dos amigos já falecidos devem ser honrados. Houve uma época na história em que muitos acreditavam que era a noite em que os mortos retornavam para passear entre os vivos. A noite de Samhain é o momento ideal para fazer contato e receber mensagens do mundo dos espíritos.

Pensava-se que alguns fantasmas tinham natureza má e, para proteção, faziam-se lanternas de abóboras com faces horrendas e iluminadas, que eram carregadas como lanternas para afastar os espíritos malévolos. Na Escócia, as tradicionais lanternas Hallows eram esculpidas em nabos.

Era no Samhain que os druidas marcavam o seu gado e acasalavam as ovelhas para a Primavera seguinte. O excesso da criação era sacrificado às deidades da fertilidade, e queimavam-se efígies de vime de pessoas e cavalos, como oferendas sacrificiais. Diz-se que acender uma vela de cor laranja à meia-noite no Samhain e deixá-la queimar até o nascer do sol traz boa sorte.

As artes divinatórias, como a observação de bola de cristal e o jogo de runas, na noite mágica de Samhain, são tradições wiccanas, assim como ficar diante de um espelho e fazer um pedido secreto.

Os alimentos pagãos tradicionais do Sabbat Samhain são maçãs, tortas de abóbora, avelãs, Bolos para os Mortos, milho, sonhos e bolos de amoras silvestres, cerveja, sidra e chás de ervas.

Outros detalhes
Incensos: maçã, heliotropo, menta, noz-moscada e sálvia. Cores das velas: preta, laranja. Pedras preciosas sagradas: todas as pedras negras, especialmente azeviche, obsidiana e ônix. Ervas ritualísticas tradicionais: bolotas, giesta, maçãs beladona, dictamo, fetos, linho, fumária, urze, verbasco, folhas do carvalho, abóboras, sálvia e palha.

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12 October 2006

Dona Neide 12/10/1924 - 25/01/2006



Essa senhora aí na foto é a Dona Neide. Neide de Mattos Vidal. Acho que o nome dela de solteira era Neide Brusco de Mattos. Mas não posso dizer com certeza. Quando eu nasci, ela já era de Mattos Vidal e nunca ouvi chamarem ela por outro nome.

Ela é minha vó.

Vovó Neide tem uma história muito bacana. Filha de imigrantes italianos, quando era ainda um bebezinho, o meu bisavô, Ivo, morreu. Segundo reza a lenda, ele morreu de "nó nas tripas", mas também tem a versão de que ele foi envenenado por ser ativista anarquista... ehehehe

Com 4 filhos para criar, minha bisa, Thomazina, foi trabalhar. Apesar da família do Ivo ter dinheiro, a bisa não quis ficar sob os cuidados deles e isso acabou causando um racha na família. Bisa Thomazina foi trabalhar numa fábrica de chapéus. Minha avó ia com ela para a fábrica. Cresceu trabalhando.

Lá pelas tantas, quando estudava na Escola de Comércio de São Paulo, apaixonou-se pelo professor, o Sr. Geraldo Vidal, meu avô. Eles namoraram, casaram e tiveram 4 filhas. E seis netos. Eu sou a única menina da trupe.

Mas a vó Neide era guerreira. Queria ir para a Segunda Guerra Mundial, ajudar. Mas não pode se alistar porque tinha pouco peso. Não satisfeita ela foi brigadista contra incêndio. Tem uma foto dela de farda. Depois de casada começou a costurar. Depois, junto com a costura, dava aulas de corte e costura e chegou a ter uma escola só disso, ensinando o método centesimal, que eu aprendi mais tarde. Ela também coordenou grupos de bandeirantes em São José dos Campos.

Adorava viajar e conheceu muitos países do mundo, e várias partes do Brasil. Fui com ela para o Paraguai quando eu tinha 12 anos. Nunca vou me esquecer dessa viagem.

Quando meu avô se aposentou, mudaram de Brasília para Caraguatatuba, litoral de São Paulo. Lá se dedicou a um clube para a melhor idade e ajudava meu avô nas obras assistênciais que ele ajudava a manter.

Ano passado, depois de anos e anos convivendo com o Diabetes e todas as doenças que o acompanham, foi diagnosticada com câncer. Primeiro no intestino. Depois descobriram no pulmão. Dia 25 de janeiro ela foi embora para o país do verão eterno. Morreu no lindo jardim da casa dela, que ela amava tanto e cuidava com carinho.

Taí. Parabéns vovó pelo seu dia. Obrigada por tudo que me ensinou. Fique em paz. Nos vemos um dia.

06 October 2006

Mais sobre violência contra a mulher



Pesquisa da Organização Mundial de Saúde ilustra a extensão da violência
Elizabeth Rosenthal
Fonte: UOL

Um estudo internacional concluiu que a violência contra a mulher cometida por maridos ou parceiros é ampla, comum tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento, em áreas urbanas e rurais.

Após entrevistarem quase 25.000 mulheres em 15 localidades de 10 países, pesquisadores da Organização Mundial de Saúde apuraram que os índices de violência de parceiros iam de 15% em Yokohama, Japão, até 71% no interior da Etiópia.

Em seis das localidades, de 50 a 75% das mulheres disseram que tinham sido sujeitas a violência doméstica moderada ou severa. Em 13, mais de 25% de todas as mulheres disseram que tinham sofrido tal violência no último ano.

"A violência por um parceiro íntimo é uma experiência comum no mundo todo", escreveram os autores do estudo, que está sendo publicado na edição desta semana do The Lancet, revista médica britânica. "Em todos as localidades, com a exceção de uma, as mulheres corriam risco muito maior de violência física ou sexual por um parceiro do que por outras pessoas."

O relatório diz que as áreas rurais tendem a ter índices mais altos de abuso do que as urbanas. Mas nenhuma área ficou imune. O estudo acrescenta uma dimensão importante a um corpo crescente de pesquisas sobre a violência contra as mulheres, um tópico movido mais por emoção do que por dados concretos no passado. Estudos anteriores tinham se concentrado principalmente em países desenvolvidos, especialmente nos EUA, disse Claudia Garcia-Moreno, pesquisadora da OMS em Genebra e coordenadora do estudo.

A maior parte do abuso pelos parceiros permanece escondida, e apenas uma pequena fração é informada às autoridades. "Sempre soubemos que a violência faz parte da vida da mulher, mas quando falávamos sobre isso antes, não éramos ouvidas - no passado, nos diziam: 'Prove. Prove que está acontecendo em nosso país'", disse Adrienne Germaine, diretora da Coalizão Internacional da Saúde da Mulher em Nova York. "Não posso enfatizar o quanto esse estudo é importante, e como é crucial a ONU estar patrocinando algo assim."

Para o estudo, 1.500 entrevistas foram conduzidas em pontos em Bangladesh, Brasil, Etiópia, Japão, Namíbia, Peru, Samoa, Sérvia, Tailândia e República Unida da Tanzânia. Em alguns dos países, os pesquisadores selecionaram populações urbanas e rurais para comparação.

O índice de abuso por parceiros está estimado entre 20 a 25% na União
Européia, segundo estudos, apesar de apenas uma fração minúscula dos casos ser levada à polícia. Nos EUA, em pesquisas nacionais dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, cerca de 25% das mulheres disseram ter sido atacadas fisicamente ou sexualmente pelo marido, parceiro ou namorado.

Na pesquisa da OMS que será divulgada na sexta-feira (06/10), de um quinto a dois terços das mulheres entrevistadas disseram que era a primeira vez que falavam do abuso a alguém, disse Garcia-Moreno. O próximo passo é determinar o que coloca as mulheres em risco de sofrer atos de violência, disseram os pesquisadores.

Frequentemente faço posts sobre a violência contra a mulher. O que mostra como é recorrente o tema na mídia, na sociedade. Pretendo escrever um sobre a glamourização da violência contra a mulher pela mídia. São recorrentes as cenas de estupro, espancamento, abusos psicológicos, etc... Tão receorrentes que as pessoas acham que é normal.

02 October 2006

Sufragettes e sufragetes...

O MOVIMENTO SUFRAGISTA

O sufrágio universal foi uma das principais conquistas dos homens da classe trabalhadora. Tal conquista, no entanto, não incluía o sufrágio feminino, que foi uma luta específica abrangendo mulheres de todas as classes. Teve lugar então uma mobilização de dois milhões de mulheres, tornando essa batalha um dos movimentos políticos de massas de maior significação no século XX. Em 1893, a Nova Zelândia se tornou o primeiro país a garantir o sufrágio feminino, graças ao movimento liderado por Kate Sheppard.

Sufragetes americanas
Pode-se destacar, como pontapé inicial do movimento sufragista feminino americano, a Convenção dos Direitos da Mulher, convocada em Seneca Falls, em 1848. Nesta Convenção, redigiu-se uma tradução da Declaração de Independência dos Estados Unidos, que começava com a frase: "Acreditamos que estas verdades são evidentes: que todos os homens e mulheres foram criados iguais...". Só em 1920 foi concedido o voto às mulheres, terminando uma luta iniciada 72 anos antes.

Sufragetes inglesas
Na Inglaterra, a luta pelo direito de voto processou-se de forma semelhante à americana, tendo-se, no entanto, revestido na sua etapa final de características mais violentas. Por volta de 1913, as sufragistas inglesas dividem-se entre as "pacifistas" e as chamadas suffragettes, que, atuaram de forma cada vez mais radical, chegando a causar danos à propriedade e a outros bens materiais como forma de chamar a atenção. Só alcançaram este direito em 1928, depois de um longo processo de luta que se estendeu por mais de seis décadas.

Sufragetes Brasileiras
Em 1922, Berta Lutz fundava no Rio de Janeiro a "Federação Brasileira pelo Progresso Feminino" para reivindicar entre outras coisas o direito ao voto da mulher brasileira. Com a F. B. P. F Berta Lutz conseguiu entre outras coisas, tornar oficial o Dia das Mães, o Dia das Crianças e o Dia da Paz. Nos Estados Unidos, como presidente da União Interamericana de Mulheres, pediu garantias trabalhistas para a mulher operária e participou naquela ocasião do Congresso Pan-Americano da Mulher, realizado em Baltimore.
Em 1931, no Recife, era formada a "Cruzada Feminista Brasileira", que buscava entre inúmeras coisas, reivindicar o direito de voto ao lado da F. B. P. F de Berta. O que acontecia no exterior, principalmente as conquistas femininas, encontrava grande repercussão no Brasil, fazendo com que o Governo Provisório da República Nova acatasse algumas das reivindicações feministas. O direito de voto às mulheres é concedido em 1932.

Em 1934, São Paulo elege a primeira deputada federal, Dra. Cartola Pereira de Queirós. Abaixo, o discurso que ela proferiu em 13 de março de 1934:
"Além de representante feminina, única nesta Assembléia, sou, como todos os que aqui se encontram, uma brasileira, integrada nos destinos do seu país e identificada para sempre com os seus problemas. (...) Acolhe-nos, sempre, um ambiente amigo. Esta é a impressão que me deixa o convívio desta Casa. Nem um só momento me senti na presença de adversários. Porque nós, mulheres, precisamos ter sempre em mente que foi por decisão dos homens que nos foi concedido o direito de voto. E, se assim nos tratam eles hoje, é porque a mulher brasileira já demonstrou o quanto vale e o que é capaz de fazer pela sua gente. Num momento como este, em que se trata de refazer o arcabouço das nossas leis, era justo, portanto, que ela também fosse chamada a colaborar. (...) Quem observar a evolução da mulher na vida, não deixará por certo de compreender esta conquista, resultante da grande evolução industrial que se operou no mundo e que já repercutiu no nosso país. Não há muitos anos, o lar era a unidade produtora da sociedade. Tudo se fabricava ali: o açúcar, o azeite, a farinha, o pão, o tecido. E, como única operária, a mulher nele imperava, empregando todas as suas atividades. Mas, as condições de vida mudaram. As máquinas, a eletricidade, substituindo o trabalho do homem, deram novo aspecto à vida. As condições financeiras da família exigiram da mulher nova adaptação. Através do funcionalismo e da indústria, ela passou a colaborar na esfera econômica. E, o resultado dessa mudança, foi a necessidade que ela sentiu de uma educação mais completa. As moças passaram a estudar nas mesmas escolas que os rapazes, para obter as mesmas oportunidades na vida. E assim foi que ingressaram nas carreiras liberais. Essa nova situação despertou-lhes o interesse pelas questões políticas e administrativas, pelas questões sociais. O lugar que ocupo neste momento nada mais significa, portanto, do que o fruto dessa evolução".

Obrigada a todas as Sufragetes que nos possibilitaram o direito ao voto. Infelizmente, ontem, exercer esse direito foi na verdade uma obrigação idiota. Sem candidatos que valessem a pena, acabei votando por votar, na verdade pela obrigação imposta no direito ao voto. Votei, por vocês, que lutaram tanto para que eu pudesse ontem, 01/10/2006, chegar à urna eletrônica e digitar os números de cada uma dos “meus candidatos”. Tenho certeza que nunca passou pela cabeça de vocês essa podridão política que vivemos hoje nesse rincão chamado Brasil.

Meu voto vai para vocês, Sufragetes, hoje e sempre!

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