27 January 2006

Good bye and thanks for all the fish....

Dia 25 de janeiro vai ficar gravado na minha memória por muito tempo... Infelizmente por uma coisa triste. Minha vovó querida morreu... É... foi antes de ontem mesmo.

Eu nunca tinha tido que lidar com a morte de alguém da minha família, de ninguém tão próximo e com tanta importância para mim. E foi, digamos, uma experiência muito significativa.

Eu sempre achei que ia morrer de chorar, ficar desesperada e coisa e tal... E estranho, nada disso aconteceu. E não é que eu esteja evitando o sofrer e tal, mas é porque, acho que devido à forma como a wicca vê a morte e a vida, eu soube "transar melhor essa parada".

Explicando: A wicca é uma religião onde os ciclos são a base de tudo. O Deus nasce e morre todos os anos, o grão é sacrificado para dar vida, a Deusa passa de jovem à mãe e à anciã e volta a ser jovem. Daí eu encarar o fim das coisas como uma coisa tão natural quanto respirar.

Minha vó foi e sempre será um exemplo fundamental na minha vida. Por ser uma guerreira, por ter seus princípios super firmes, por ser decidida. Acho que ela era, aliás, a única libriana decidida da face da terra, hahahahhaa..... E enquanto eu pegava o avião correndo pra Sampa, enquanto íamos de carro para Caraguá para o velório, eu estava pensando como ia reagir quando e se visse o corpinho dela deitado no caixão, com cara de morta. E sabem o que rolou? NADA! Olhei pra aquele corpo alí deitado e apesar dele ser a cara da minha vó, não era ela. Era apenas um corpo. Minha vó não estava alí.


Foi ao olhar para o corpo dela que eu percebi o quanto ela nunca deixará de estar viva. E daí então minhas preocupações foram embora. Afinal, se eu tenho consciência plena do ciclo das coisas, se pratico isso na minha vida, se tenho memórias maravilhosas da minha vó me ensinando a comer "sem as asas na mesa", me ensinando a costurar, a cozinhar, cantando pela casa, se tenho ela tão presente assim, bem, me desculpem, mas morta ela só está no papel.

É isso.... Vovó agora está mais viva que nunca. E nós seguimos nosso caminho, no eterno ciclo da vida.


Ps: Vovó Neyde morreu devido ao câncer, aos 81 anos de idade.

3 comments:

Marjorie Chaves said...

Que barra hein? Admiro sua coragem para enfrentar este momento. Minhas experiências com morte na família é algo que ainda não aprendi lidar. Não mesmo. Independente de nossas crenças, acreditamos que a morte do corpo não é o fim. De fato, não é.

Sinto muito.

Bjos.

Anonymous said...

Que triste! Você ter uma crença deve estar te ajudando bastante. Quando minha vó foi lá prá cima, bem velhinha, com 95, foi bem triste também. Ela morava em Natal, minha mãe estava na Europa e nós nem sabíamos onde, prá avisar. Nem precisou pq ela meio que pressentiu... A gente fica bem chumbada na hora, depois vai virando saudade. O tempo vai curando.

insana said...

que a paz da deusa reconforte a tod@s por aí...

tiamu
tiispero